Resposta Aberta
Não tenho dúvidas nenhumas que este governo e o seu Primeiro-Ministro, no fundo toda a equipa governativa do PS, é uma nódoa e que o país está à beira do caos. Também não tenho dúvidas nenhumas que desde 1991 que os Governos também o foram, portanto desde a terceira legislatura de Cavaco Silva.
O que não concordo é que o país esteja assim em tão profundíssima crise. O que me parece é que há um “pânico económico” generalizado, com incidência quer na sociedade, quer nos sucessivos governos. Não acredito que um país em crise económica consiga encher Rocks in Rios ou concertos da Madona, nos quais foram investidos milhões de euros, cujos ingressos custam mais de 50€ cada um.
Realmente não há alternativas políticas. Nem PS (ao próprio PS), nem PSD (porque tradicionalmente governa no mesmo sentido do actual governo), nem tão pouco BE, PCP ou CDS-PP.
Agora pergunto, não será que a culpa da actual situação do país é de todos? Acho que sim. Dos políticos porque andam a ganhar o deles sem governar ou opor convenientemente. Dos portugueses porque quanto mais roubarem ao estado melhores pessoas são. Dos jovens porque “falam, falam e não os vejo a fazer nada”. Portanto a velha máxima do Imperator Caesar Divi Filius Augustus, "Para lá dos Pirinéus, há um povo que nem se governa nem se deixa governar!" é a definição mais apropriada para o país.
Relativamente à recém eleita presidente do PSD, embora não tenho rigorosamente nada a ver com ela (nem ideológica, nem politicamente), é cedo para começar a disparar acusações, sem primeiro entendermos qual o seu caminho, quais as suas políticas. E sim, o PSD fez muito bem em não pressionar o governo na crise das transportadoras, enquanto que o governo fez muito mal em ter “vulnerabilizado” a sua autoridade perante, não só os camionistas, mas também os pescadores.
Não sou economista, mas a minha convicção aponta para que a culpa da subida, desenfreada, dos produtos petrolíferos, em parte é do governo. Não deste, mas do que liberalizou os preço dos combustíveis. Perdeu claramente o controlo e agora necessita de medidas mais globais, se calhar à escala europeia e mundial, para minimizar os riscos de colapso económico. Mas dessas medidas carece, não só o estado português, mas todos os estados fora da OPEP e não me parece que seja com diminuições dos respectivos ISP que se chegue a algum lado. Medidas concretas, bem teria de estudar melhor a situação, mas há um grande contra nesta conjuntura, os hábitos de consumo de cada um (pessoas e estados) que não são direccionados para a poupança. Claro está que a outra parte do problema é transcendente ao estado português, considerando para o efeito que não tem poder nenhum sobre a produção e venda de petróleo.
Há sem dúvida opção, se outros países conseguem crescer e criar riqueza, mesmo nas actuais condições económicas mundiais, também nós o deveríamos conseguir fazer. Qual solução? Bom, se calhar se todos os críticos e mentes iluminadas do país se envolvessem activamente no fundamental, teríamos outro resultado. Se calhar se os partidos políticos fossem mais permeáveis ao aparecimento de novas pessoas, com novas ideias, se discutissem entre eles, produzindo acordos (como o da justiça) promovendo a diversidade ideológica, provavelmente seria mais fácil governar e colocariam os seus objectivos fundamentais não no voto, mas nas pessoas.
Tenho dito!