sexta-feira, 5 de junho de 2009

Europeias


Não era suposto fazer isto, mas o degredo, descrédito e desespero do PS e do seu candidato assim o obrigam.
Confesso que estava inclinado para votar no Miguel Portas antes da campanha eleitoral. Considero-o um dos melhores eurodeputados que tivemos até hoje, pese embora não concorde em muitos aspectos do modelo de Europa do Bloco de Esquerda.
Mas a campanha trouxe-me várias surpresas, que destaco duas. Paulo Rangel – surpreendeu-me pela forma como conduziu a sua campanha e pelas propostas introduzidas – e o PS – por me envergonhar como Português e Europeu.
Se enquanto líder parlamentar, Paulo Rangel me parecia um político em construção, já em campanha mostrou-se um candidato sério e maduro. Boas propostas em teoria, mas, a bem da verdade, pouco discurso Europeu.
O PS fez uma campanha à PS… um candidato para seduzir as alas mais esquerdistas do partido e, para além de demagogo, mal-educado e desinteressante. E a vergonha, ou falta dela, manifestou-se virilmente quando trouxe à discussão o alegado envolvimento de “figuras gradas do PSD” e a “roubalheira” do BPN. Por amor de Deus. O desespero de quem partiu para a campanha com 20 pontos à frente do segundo partido e que a foi perdendo até chegar ao empate técnico é tão mais marcado como a necessidade de recorrer ao insulto institucional e pessoal para pressionar o eleitorado. Até o Sr. Presidente da República veio à baila por dá cá aquela palha. Lá coragem para acusar, injustificadamente, as pessoas e as instituições têm eles, para resolver o problema é que nem por isso, aliás, foram pelo mais fácil – a nacionalização. Para além disso, o Primeiro-ministro parece ter tirado umas férias da governação para acompanhar o candidato do PS durante a campanha, na figura de secretário-geral. E o País? Só para a semana…
É engraçado que também, finalmente, entendi o que queria o PSD com a “política de verdade”. É que, apesar de inqualificavelmente colados ao escândalo BPN, pelo PS, não responderam à letra, ou seja, não tocaram em casos tão escandalosos para o PS como, por ex., o caso Freeport ou Casa Pia, onde em ambos estão também gradas figuras do PS. Para mim, assim é fazer política de verdade.
Nunca fiz isto, mas faço-o agora para que, de uma vez por todas, se sinta a democracia em Portugal.
Eu Voto no Partido Social Democrata e, sinceramente, peço a todos os que queiram mostrar um cartão amarelo, para já, ao PS que o façam. Só o voto no PSD é passível de imputar consequências políticas no PS e, consequentemente, na governação deste País.